quarta-feira, julho 23, 2008

Os "maleficios" do Acordo Ortográfico

O meu próximo livro, a biografia de uma mulher portuguesa da primeira metade do século passado, tem-me feito mergulhar em mil e um textos de diversa proveniência. Cartas, processos de tribunal, autos de interdição, artigos de jornais, livros publicados sobre o caso, etc. etc. Quando transcrevo algum desses documentos, o computador corrige automaticamente a grafia. Lisbôa por Lisboa, êle por ele, collega por colega, etc. etc. Para a prosa não ficar muito pesada, reduzo estas transcrições. Algumas, no entanto, constituem peças documentais, pelo que irei manter a sua grafia original em pequenos trechos. Exemplo:
"A doença do espírito desenvolveu-se no campo da affectividade e do instincto sexual, traduzindo-se pela inversão do sentimento e do affecto e pelo recrudescimento da vida sexual, como em diverso campo se poderia ter revelado arrastanto á pratica de outros actos que seriam egualmente de natureza pathologica"
Seriamos todos mais felizes se tivessemos continuado a escrever assim? A lingua estaria egualmente mais rica? O nosso affecto por ela seria maior? Hum.

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