quarta-feira, outubro 14, 2009

Maria Adelaide Coelho, memórias do Rossão







Quando fugiu a primeira vez do hospital Conde de Ferreira, ainda em 1918, foi nesta pequena e remota aldeia, na serra de Montemuro, concelho de Castro Daire, que Maria Adelalaide Coelho se acolheu. Era a terra de Manuel Claro, o homem por quem ela tinha abandonado fortuna, um palácio em Lisboa, uma vida de sociedade. Nunca se arrependeu... apesar do preço elevadíssimo que todos pagaram: ela, o companheiro, a família dele que lhes abriu o coração e os braços.
Em Rossão, esta história está a céu aberto. A casa que foi de Alberto Cardoso, o generosíssimo primo de Manuel, onde Adelaide viveu dias de felicidade intensa, ora em ruínas, está a ser recuperada. A casa, onde Manuel vivia com a sua mãe, ainda está de pé. A taberna onde Adelaide, Manuel e Alberto passaram uma noite medonha, à guarda da polícia e dos esbirros do marido que os foram prender, já não existe com essa função, mas as pedras ainda dão testemunho do lugar. Aos poucos, a memória refaz os seus caminhos e recupera um Amor inesquecível. Com um orgulho que já ninguém disfarça.

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