terça-feira, março 12, 2013

Se eu fosse uma abelha

Se eu fosse uma abelha via o mundo com os olhos das abelhas. Se eu fosse uma andorinha, via o mundo com os olhos das andorinhas. Se eu fosse um cão, um golfinho, uma formiga, uma tartaruga, um micróbio ou um robalo, a minha percepção da vida seria adequada a cada uma destas naturezas.
Mas como sou um ser humano, vejo o mundo e os outros com olhar de gente.
A diferença, entre outras, é que como criatura pensante, ocupo o meu cérebro a reflectir sobre estas e outras ninharias o que não me confere qualquer direito de pensar que a minha percepção de realidade é a única, e a única verdadeira. A fatia que me cabe apreender, através dos meus orgãos sensoriais e do meu intelecto, deixa de fora uma gama infinita de percepções. Há cores, sons, sabores, que jamais apreenderei, a menos que máquinas que o meu génio humano sonha e concretiza,me permitam aceder, de forma naturalmente parcial, a essas plataformas de outros sentires.

A minha realidade é um mero fractal da realidade, seja o que for que o conceito implique. Qualquer pretensão à supremacia da Verdade é, neste jogo de ilusões, uma muito perigosa e muito patética ilusão.

créditos da imagem:  http://dalantech.deviantart.com/art/Miner-Bee-Head-On-II-101531317

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