sexta-feira, dezembro 25, 2015

«Os vendavais da bondade»


O muito meu querido irmão e poeta Jaime Rafael Munguambe Júnior, deixou ontem no meu mural de facebook este presente, tesouro de partilha e votos, associando-lhe outros dois príncipes da nossa língua mátria, que para minha alegria também me abraçaram. Há poucos meses, foram os primeiros apoios que recebi do outro lado do mar, subscrevendo, porque entendendo completamente, a minha proposta: Liberdade Incondicional.  




Jaime Rafael Munguambe Junior com Lino Mukurruza e Hirondina Joshua.
Ontem às 7:46Partilharemos os músculos para encher-te o corpo com os vendavais da bondade, iremos erguer todas as vozes para abrir-te a língua da liberdade (força amiga, estamos sempre contigo em todos momentos) eu e meus manos de Moçambique.

Acrescento, para nosso encanto, mais poemas dele:

Cobertura 
A noite sussurra
triste provérbio lunar
Os gritos tristes dos dedos
vestem devagar
a nudez da solidão
Não há sequer
um chão no pensamento humano
Só ouço o canto de um exílio
na meditação da palavra.

Cercos
Dentro da insónia
os movimentos da idade descobrem
os desenhos profundos da geometria
nas sombras dos lábios
a boca suporta o peso da voz
e as flores da música navegam sorrisos.

Confidência
Aprendi com a chuva
a ler os antónimos da água.
Só existe neste mundo
uma sombra:
A noite que esquiva
o suor da lua.
*
Jaime Rafael Munguambe Júnior 
Nasceu em Maputo, Moçambique. Estuda na Universidade Eduardo Mondlane. É membro do movimento literário Kuphaluxa e do Clube de leitores dos estudantes de Literatura e Linguística da Faculdade de Letras e Ciências Sociais. Tem colaboração dispersa em alguns espaços de publicação literária lusófona, a destacar a Revista de literatura Moçambicana e Lusófona-Literatas, a Revista Soletras, o Jornal Literário Pirâmide (Moçambique) a Revista de Artes e Letras Pi(Brasil), participou na antologia A Ponte da Palavra organizada pelo Circulo dos Escritores Moçambicanos na diáspora (Portugal). Organizou A Hermenêutica do Silêncio (2014): poesia em diálogo com a linguagem das tintas ou a inquietação do verbo e os gestos camuflados das cores.

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