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sábado, dezembro 24, 2011
sexta-feira, dezembro 23, 2011
Petição Legislação para os animais de companhia
Do corpo da lei para a vida real. Do papel para o terreno. A legislação é um passo fundamental. A mudança de mentalidades leva mais tempo. Por isso a nossa voz, o nosso rosto, os testemunhos, são tão importantes nesta fase.
Petição Legislação para os animais de companhia
Petição Legislação para os animais de companhia
quarta-feira, dezembro 14, 2011
A minha rainha
aproxima-se do fim do seu curto tempo de vida. Procuro acima de tudo ser-lhe fiel, seguindo-a por palácios ou casarões, caminhos de lama ou de pó, e entender tempos e modos que nos são tão estranhos. Nela admiro a fortaleza com que cumpre tarefas que nunca desejou para si, mesmo quando estas implicam o reforço da sua majestade, e o aumento desmedido do seu poder. Esse poder que ela nunca quis, mas que encara como uma obrigação. O que ela sempre quis, foi o marido a seu lado mas teve-o tão pouco tempo junto de si ela que o amava antes de o conhecer, e levou essa adoração para a tumba. Em essência, amar no século XVI não é diferente de amar noutro tempo qualquer.
domingo, dezembro 11, 2011
Os reféns
Numa biografia histórica, em que a margem de liberdade de escrita é tão exigua, há outros recreios. Como por exemplo este, de ver chegado ao fim o cativeiro de duas crianças, filhas de um rei, reféns de outro. Um pequeno extracto relativo ao fim do seu cativeiro:
«Vordin descrevia-lhe que encontrara o delfim de França e o duque de Orleães andrajosamente vestidos, sentados nuns banquinhos de pedra, junto de uma janela gradeada, por dentro e por fora, por grossas barras de ferro. Não havia um único tapete no chão, uma única tapeçaria nas paredes, a criar um certo conforto, naturalmente negado a grandes criminosos que seguramente os meninos não eram, e os infantes passavam os dias fechados nessa masmorra gelada, de paredes grossíssimas, onde a pouca luz do dia entrava pela janela alta, que apenas deixava ver uma nesga do céu.»
quarta-feira, dezembro 07, 2011
eu sei que eu vou-te amar
por toda a minha vida e para além da vida de nós dois mesmo que me esqueça de ti mesmo que não te recordes de mim porque amar é na sua essência uma plenitude feita de abraços de luz e a luz comunga a mesma existência essencial no aqui agora da eternidade.
Disse ela.
Ele abanou a cabeça incrédulo e maravilhado. Perdera o sentido da frase aí por volta da sétima palavra, mas deixara-se, como de costume, embalar na cabala fonética das suas lengalengas. Respirou fundo, e tocou-lhe a face com a boca e respirou pela boca dela até os dois ficarem sem ar. Então percebeu que ela aguardava uma resposta e murmurou também te amo, na luz e na forma e no desejo. Quero-te tanto. Tanto.
Disse ele.
Depois percebeu que estava a acordar e segurou-lhe na mão. Depressa. Diz-me onde te posso encontrar. E quando. E como saberei que és tu.
Disse ela.
Mas nessa altura percebeu que estava só. Tinha acordado. Mais uma vez.
Disse ela.
Ele abanou a cabeça incrédulo e maravilhado. Perdera o sentido da frase aí por volta da sétima palavra, mas deixara-se, como de costume, embalar na cabala fonética das suas lengalengas. Respirou fundo, e tocou-lhe a face com a boca e respirou pela boca dela até os dois ficarem sem ar. Então percebeu que ela aguardava uma resposta e murmurou também te amo, na luz e na forma e no desejo. Quero-te tanto. Tanto.
Disse ele.
Depois percebeu que estava a acordar e segurou-lhe na mão. Depressa. Diz-me onde te posso encontrar. E quando. E como saberei que és tu.
Disse ela.
Mas nessa altura percebeu que estava só. Tinha acordado. Mais uma vez.
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