quinta-feira, setembro 20, 2012

A mais bela mulher do seu tempo

Foram vários os cronistas e embaixadores do seu tempo que se referiram assim a Isabel de Portugal.
Mas a vida dela foi maior do que este tipo de encómios. Segui-la, é penetrar no palco de uma época riquíssima em esplendores e misérias e guerras que nunca acabavam. 
Por outro lado e acima de tudo, esta é uma história de amor. Com desusada grandeza.

sexta-feira, setembro 14, 2012

«Bilhete de Identidade» em oficinas de escrita

O primeiro módulo da próxima oficina de escrita autobiográfia A minha vida dava um livro, começa já na segunda-feira, pelas 18.30, nas instalações da Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul, uma instituição cheia de pergaminhos e de provas dadas no âmbito da cultura viva. Ou seja, a que é feita de e para e com as pessoas de carne e osso.
O entusiasmo que esta iniciativa tem despertado já levou a que outras entidade se lhe associassem, e ficaram no ar projectos de encenar alguns dos textos que venham a sair desta Oficina, e a editar os melhores. 

O que é um «bilhete de identidade»? Um desafio maior do que podemos imaginar este que se lança aos corajosos e corajosas com quem vamos trabalhar segunda-feira a partir das 18.30. Não se trata de escrever bem ou mal. Isso, em rigor, não existe. Trata-se de escrever com o coração aberto e com  os sentidos alerta. É um mergulho em direção à identidade de cada um, real ou ficionada, ponto de partida singular.

Bons voos!

 

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1200-647 Lisboa
Tel. 21 397 34 71 

quinta-feira, setembro 13, 2012

Isabel de Portugal, amor em tempo de guerras

Esta é a história de uma das mais emblemáticas infantas portuguesas,  rainha de Castela e imperatriz do Sacro Império Romano Germânico pelo seu casamento com Carlos V, muito injustamente esquecida na memória dos povos. Do prefácio da obra, assinado por um historiador de referência que é já também um autor de culto, João Paulo Oliveira e Costa, extraio estas palavras:


«Manuela Gonzaga assumiu todos os desafios próprios desta tarefa complexa e embrenhou-se nos primeiros quarenta anos do século XVI. Tomou conta de uma menina recém-nascida, filha do rei de Portugal, e viu-a no seio da sua família, compreendeu-a no âmbito da corte lusitana e explicou a conjuntura extraordinária que o país vivia, rasgando horizontes e obtendo vitórias militares em terras distantes aonde não haviam chegado nem Alexandre nem os Césares. Um turbilhão de descobertas fazia de Portugal o centro do mundo, e o retransmissor das novidades por toda a Cristandade. E o olhar da biógrafa de Isabel, que foi infanta de Portugal, neta dos reis de Castela e Aragão, e depois a Imperatriz, esposa de Carlos V e regente de Castela por longas temporadas, cedo se estende a essa Europa pulsante da primeira metade de Quinhentos.

Para lá das narrativas que nos ilustram o mundo de Isabel, a autora cedo nos leva até ao íntimo da mulher, e por ela transporta-nos também até aos que a rodeavam: pais e irmãos, mais alguns cortesãos portugueses; e Carlos, mais os filhos; e as amigas e os amigos. E esta Isabel que nos é dada a conhecer por Manuela Gonzaga, é mulher inteira, que sofre, que sonha e que ama. Além dos afectos, vem-la como rainha embrenhada nos jogos políticos e nas relações formais com os súbditos, ministros e conselheiros.
Acima de todos emerge Carlos, o esposo, e sintomaticamente a autora optou por iniciar a sua narrativa no momento em que Isabel deixou Portugal para ir ao encontro do noivo. Este casamento era sonhado pela Casa real portuguesa desde que Isabel nascera, e sucedeu que os calculismos políticos que juntaram Carlos e Isabel pelo matrimónio promoveram afinal uma união amorosa, que não é invenção de jograis ou de romancistas, mas que nos é testemunhada unanimemente pela documentação.

A biografia de Isabel de Portugal oferece-nos pois um olhar sobre a Europa do início do século XVI com todas as suas transformações e contradições - as lutas políticas, especialmente o longuíssimo braço-de-ferro entre o Império e a França e o escandaloso saque de Roma; as questões religiosas que levaram ao Cisma protestante, especialmente na Alemanha e na Inglaterra; a rivalidade com o mundo islâmico e as guerras intermináveis no Mediterrâneo; a progressão dos Conquistadores pelas Índias de Castela e a chegada dos primeiros carregamentos de metais preciosos americanos. Ao mesmo tempo assistimos aos jogos políticos peninsulares, e principalmente aos problemas que obrigaram à intervenção de Isabel enquanto regente.

Acompanhando a imperatriz, podemos apreciar também vislumbres da vida quotidiana da corte na sua permanente itinerância, mais as festas ou o sofrimento de Isabel ao dar à luz; assistimos aos momentos jubilosos da dinastia, e particularmente da mulher, sobretudo de cada vez que celebra o regresso de Carlos à sua companhia, e também as cerimónias fúnebres, incluindo as de familiares próximos, desde a própria mãe até aos filhos pequenos que não vingaram, para terminarmos com a doença, o passamento e as exéquias da própria Isabel.» (em "Prefácio» João Paulo Oliveira e Costa).

sexta-feira, setembro 07, 2012

Penso em ti, estou contigo

Hoje o meu dia é teu, os meus pensamentos são teus, a minha força é tua. Sempre ao teu lado, mesmo que nem sempre pela tua página onde te expões e partilhas, sem véus de espécie alguma, para nosso espanto e alegria ou, neste caso, comoção. Pudesse eu estar mesmo contigo, a atravessar esses caminhos de hoje, no hospital a que chamas hotel - e até consigo ouvir-te rir a dizer isso -, mas a geografia é uma barreira bem real. Um Oceano inteiro separa-nos, sem falar no deserto. Querida irmã dos vários nomes. Um dia, o inacreditavel testemunho da tua forma de viver será levado ao cinema, passando pela literatura. Pelas tuas próprias mãos capazes de criar universos. 
Mozzaic, Zé. Zeena. Sempre sob uma chuva de prodigios e milagres. Entre agonias e êxtases. E alegrias esplêndias e simples. Hoje também vai passar. Aguenta-te. A minha mão segura a tua. E somos tantos e tantas a dizer-te o mesmo por esta e por outras palavras, que é impossível que não nos sintas ao teu lado. We do love you. Este é o mantra do dia.

quarta-feira, setembro 05, 2012

Mãos e braços para quê

Encontro-te ao dobrar do sono, inesperadamente como um ladrão de sepulturas, vindo sabes deus de onde, porque não há um lugar nem  nome onde possa dizer - é ali que tu estás. E porém sei, sabemos todos, que estás algures porque és para sempre. Por isso, amor, não me visites tanto a desoras e de surpresa, nem te faças de deus, a brincar ao hóspede desconhecido porque ainda escavas mais o vazio medonho de não estares aqui. Dá-me um nome. Um nome apenas. Chama-lhe céu ou além ou Valhala ou Serra da Estrela ou Serra da Lua, ou Nebiru, ou Índia, ou quinta dimensão. Sem  palavras, estou perdida. A dor da saudade só é inteira e autêntica quando se confronta com o vazio do inominável.

segunda-feira, setembro 03, 2012

pensa em mim

sei que sabes que eu sei que pensas em mim quando pensas em mim, mesmo quando pensas que não queres pensar nada, porque são estas regras do jogo dos amantes que são precisamente as mesmas regras do jogo da vida, mesmo quando se morre, porque nunca se morre de vez quando o amor carrega pelos universos sem fim a chama da memória dos amores.

sábado, setembro 01, 2012

Meu Deus, onde estavas tu?

 A minha última crónica no portal mais feliz que existe, o Boas Notícias reproduziu uma história sobre fé e racionalidade. Porque não admitir, de uma vez por todas, que ambas podem coexistir?
«Num dos últimos jantares cá em casa, toda a gente contou histórias maravilhosas e mirabolantes. O tempo passou sem se dar por ele, e a certa altura falámos de fé a propósito de curas sem explicação. E de terapias convencionais versus terapias ditas alternativas. Na verdade, todos partilhamos a mesma convicção de que os vários métodos são dignos e bons e quanto mais lucidamente podermos usufruir do que temos ao nosso alcance, melhor. Até porque há respostas espantosas na medicina ocidental que ninguém pode nem deve ignorar. E soluções de prevenção da doença noutras abordagens terapêuticas que não deviam ser ignoradas.»
Para ler o resto:


Sexta-feira, 31 de Agosto de 2012

Tempo dos Milagres: "Onde estavas tu, Senhor?"