sábado, março 15, 2014

A persistência da memória

O passado é um baú de momentos, todos à mesma distância. O passado é um monte de fotografias cronologicamente desordenadas, onde crianças e velhos, vivos e mortos, jovens apaixonados, casais tranquilos e pessoas com sorrisos efémeros coexistem sem se tocarem testemunhando a passagem pelos seus tempos múltiplos. Umas não nos dizem nada outras dizem-nos tanto. Depois vêm as legendas, ou a ausência delas. A memória é um baú de histórias à espera de serem contadas.

Salvador Dalí (1904-1989), A Persistência da Memória, 1931. Óleo sobre tela
Museu de Arte Moderna , Nova Iorqye
 

quinta-feira, março 13, 2014

O meu novo livro vai ser lançado em Junho

Entreguei ontem ao meu editor e amigo, Eduardo Boavida, o documento do novo livro. Não se pode falar em manuscrito, porque não é escrito à mão. Aliás,  nem sequer é entregue em mão - seguiu por email. Felizmente! Se tivesse de escrevê-lo à moda antiga, com as leituras, releituras, emendas e acrescentos que todos os meus trabalhos registam, precisava de, pelo menos, o triplo do tempo para concluir cada um deles.

E isto coloca-me na doce situação de férias mentais. Nunca duram muito tempo. Os meus livros em fila de espera já estão de braço no ar tipo «me! me! me!». Tenho várias ideias e estou curiosa por saber qual deles se vai sobrepor aos outros. Desisti de fazer planos nessa direcção. Quando acabei de escrever a biografia de António Variações - Entre Braga e Nova Iorque, jurei para mim mesma que «biografias nunca mais».

Foi então que Maria Adelaide Coelho da Cunha entrou na minha vida: dois anos de trabalho intenso que me deu muito prazer, mas que, no final me levou a jurar: «biografias, nunca mais!».

E então apareceu Imperatriz Isabel de Portugal. Cinco séculos de silêncio quase total à sua volta e um grande fascínio por esta figura já me tinham levado ao longo dos anos, oito, a  muita recolha bibliográfica. Mas era «um projecto para daqui muito tempo». Pensava eu. Ela não quis. Ela atropelou todos os outros livros e foram três anos a viver para e com ela. No fim, repeti: «biografias? Nunca mais!!».

O que me leva ao próximo livro, que vai ser lançado em Junho e de que em breve darei mais detalhes. Não é uma biografia, mas anda por lá muito perto. Mas agora afirmo mais convicta do que nunca: «Acabou!!».

Adorei todos estes livros e tudo o que eles me deram. Mas também sei que não me deram alternativa: a minha agenda foi marcada por eles. São os livros que mandam em mim e confirmo-o a todo o momento. Desta vez, estou segura, vou levar a minha avante. O próximo, der por onde der, vai ser romance. Quero correr atrás de personagens que correm mais do que eu. Quer ser surpreendida. Quero voar sem amarras. Como tenho dois ou três projectos destes, embrionariamente a puxarem-me para os seus mágicos territórios, um deles será.



 Nota: no meio destas biografias, houve vários voos maravilhosos. Estão todos na coleção 'O Mundo de André'. Três livros - André e a Esfera Mágica; André e o Lago do Tempo; André e o Segredo dos Labirintos; onde a aventura foi total, plena e sempre surpreendente para mim, como autora. Um novo André está na calha. Ele também não quer esperar mais.  

sábado, março 08, 2014

Dia da mulher

Todos os dias são meus e  todas as noites são o que eu for a dormir porque o tempo do sonho e o tempo da vigília são o tempo nosso. Ao segundo, ao instante. Sempre que acordamos.


Feliz o dia das pessoas que são pessoas todos os dias.