sábado, junho 16, 2018

Bondade de coração

Sermos defensores dos direitos dos animais implica, na minha opinião, sermos defensores dos direitos humanos e dos direitos ambientais. Seja qual for o vértice por onde se pegue, o equilíbrio entre os fatores é decisivo - para nós. Esta tomada de consciência deve, no meu entender, ou deveria ser enquadrada numa atitude de gentileza e compaixão por todos os seres, a começar por nós próprios, tão imperfeitos. 

Ora, uma das coisas que mais me perturba quando leio notícias que dão conta de maus tratos animais (sobretudo essas) é a terminologia com que os e as detratoras se referem ao ser humano no seu geral. A violência das palavras, o jorro de insultos, o desprezo, o asco, são tão terríveis que magoam só de ler. Eu, se pensasse assim sobre os seres humanos todos, humana que sou, matava-me sem contemplações. Mas acontece que felizmente, conheço direta ou indiretamente, ao longo da longa trama da nossa história, muitas criaturas sapiens sapiens de eleição. São meus e nossos faróis. Às vezes nem damos por elas, não fosse a alegria que lhes ilumina o rosto, iluminando, à sua passagem discreta, o mundo à volta.



Foto: Katrina Parry, Wales