domingo, dezembro 19, 2021

Boas Pessoas Despertam o Melhor das Pessoas

 As pessoas boas são em maior número do que as pessoas não-boas. Mas ser-se bom dá muito mais trabalho e implica muito maior responsabilidade social do que ser-se mau, porque os maus vão com a manada e não precisam de pensar. E muito menos de sentir. MG

ÀS PESSOAS BOAS 


    Ser bom não paga salário nem costuma ter grandes retornos. Mas quem é, naturalmente, ético, e quem tem coração no lugar certo, chega a um certo ponto em que não consegue ser de outra forma. E isso é muito bom. Tão bom, que nem se pensa nisso. O pior? A sensação de solidão, sobretudo quando se é muito jovem, e a convição de que se está quase sempre contra a corrente. Para além do desconforto de se ter de enfrentar os triunfantes outros, que riem por tudo e por nada quando se comportam como hienas, retalhando o seu semelhante caído. Essas mesmas hienas sociais que consideram as pessoas éticas, ou boas, como idiotas, ou supinamente tótós.
    Porque, não há outra forma de dizê-lo, os maus são cobardes. Já os bons, quer dizer, os que optam por essa via, precisam realmente de ser fortes. Até porque assumir bondade de coração, implica ter poucas certezas, ser sensível a ponto de não se conseguir ignorar o sofrimento alheio,não subscrever dogmas, pensar pela própria cabeça e, frequentemente, ir contra a corrente.
    Mas o melhor de tudo é que, de repente, vai-se a ver, e a corrente até quebra e influi a sua marcha. E     há muita gente deste lado de fora que é o lado de dentro. Gente tão grande, que só de partilharmos ideais juntos já nos fazem sentir melhor e mais acompanhados. Afinal, a bondade é a única coisa que conta, no caos em que muitos de nós vivem e que a todos nós ameaça de perto. Sem a bondade, nao há amor de espécie alguma. Pode haver emoções, descargas hormonais, euforias. Sem dúvida, amor pode ter isso tudo, mas é muito mais tudo.
    Portanto, há que sair do Armário GENTE BOA 🙂 Há muito trabalho a fazer. Afinal, querer e tentar ser bom é muito bom. Além disso, dá a consciência de que se é tão imperfeito que se está sempre muito longe de se conseguir sê-lo. Isso põe a cabeça no lugar. A bondade é um caminho espinhoso, incompatível com o peso do trambolho do orgulho."
— Manuela Gonzaga.