quarta-feira, janeiro 23, 2008

Mas quem é a Maria, Simplesmente?

Respondo a esta pergunta com o tema da minha palestra
"Jornalismo e Literatura, caminhos cruzados, percursos complementares" no II Encontro de Escritores de Língua Portuguesa: A Escrita e a Cidadania, no Instituto Politécnico de Leiria dia 25 de Janeiro (200).

Mais informações sobre o Encontro na página do Instituto Politécnico de Leiria: http://www.ipleiria.pt/portal/ipleiria?p_id=57240

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Nova Águia

Recebi um convite que muito me honrou: integrar o Conselho Consultivo da Revista Nova Águia (http://novaaguia.blogspot.com/), e colaborar neste projecto liderado por Paulo Borges, Celeste Natário e Renato Epifânio.
Recordando, a revista A Águia foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. Por ali passaram algumas das mais relevantes figuras da nossa Cultura, como por exemplo, Teixeira de Pascoaes, Jaime Cortesão, Raul Proença, Leonardo Coimbra, António Carneiro, António Sérgio, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva.
Simultaneamente, foi lançado o MIL: Movimento Internacional Lusófono ao qual têm vindo a aderir gente, diariamente, pessoas, dos quatro cantos do mundo, de todo o espaço lusófono.
"Para chegarmos aos MIL" http://novaaguia.blogspot.com/2008/01/para-chegarmos-aos-mil_16.html

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Jardins Secretos de Lisboa

Um pequeno extracto deste meu romance está publicado na Revista Storm:

Estávamos sob o Arco do Triunfo, da Rua Augusta, e ele parou, pôs um dedo sobre a boca:
– Ouves o Rio, sob os nossos pés? – disse ele.
– Não. Oiço o Rio, à nossa frente.
Ele apontou para uma porta de madeira com uma grade de ferro, aparentemente sem uso há dezenas de anos. Era uma porta pequena, quase dissimulada. Espreitei pela grade, e ele acendeu um isqueiro para eu ver melhor. Não se via quase nada, mas percebia-se que dava para um espaço cheio de entulho, ali numa das colunas do conjunto magnífico dos edifícios pombalinos:
– Esta é uma das entradas. Olha a fechadura. Repara. Não está enferrujada. Depois da curva há umas escadas, mas não se vê daqui, claro, e no fundo das escadas há uma laje que é um alçapão. Dá para os subterrâneos de Lisboa. Agora, anda cá e olha para cima. É a Cruz de Santo André com a rosácea ao centro.
Olhei para a porta, distraidamente. Depois, voltei para o centro e olhei para cima, mas, àquela hora, não se viam detalhes de cruz alguma.
Uns metros à nossa frente dormia um vagabundo, mesmo diante da porta do Supremo Tribunal de Justiça. O chão, sob as arcadas, estava imundo, a pedra das paredes e do chão corroída da caca dos pombos, e o cheiro era intenso, um odor a amoníaco que fazia tossir e vir lágrimas aos olhos. Mais adiante, sob as arcadas, viam-se outros vultos, embrulhados em cobertores, cobertos de farrapos, sentados sobre caixotes de papelão forrados de jornais. Alguns tinham cães a seu lado. Alguns estavam a fumar. Os seus olhos brilhavam, intensamente, na escuridão.
De repente, um deles ergueu o rosto e olhou-nos enquanto acendia um cigarro. A luz da chama do fósforo iluminou-lhe de relance os olhos, que nos fixaram de uma maneira terrível, e eu senti um sobressalto:
– Conheço aquela cara - pensei, tentando retirar, dos traços apreendidos num segundo, o peso da miséria. E depois disse:
– Vamos embora. O cheiro é horrível. Meus Deus, tantos desabrigados. Como é possível? Os restaurantes deitam, todos os dias, comida fora. Ao lado de pessoas que passam fome. O aparelho de Estado desloca-se em primeira classe, nos aviões, e instala-se em hotéis de cinco estrelas. Mas às portas dos ministérios e do Supremo Tribunal da Justiça de Portugal dormem os miseráveis deste país. Na praça nobre de Lisboa. Daqui, de onde saímos a conquistar novos mundos ao mundo.
- Amor - disse ele, a cuspir as palavras - estamos na terra das serpentes, no perímetro mágico de Lisboa, e tu não sentes nada. É deprimente. Ainda tens a nostalgia das brigadas do MRPP. Eras muito novinha, coitada. Ficaste marcada, como uma bezerra, com o ferro das preocupações sociais. Para ti, as coisas são bonitas ou feias, cheiram bem ou cheiram mal, são justas ou injustas. O resto escapa-te, o que, por outro lado, não deixa de ser muito estranho, porque és fotógrafa. Ou foste, é igual. Tens obrigação de conhecer a declinação das sombras. Como sabes, as trevas não são uniformes.
– E és tu, que não acreditas em nada, que vens com uma conversa dessas? É para rir? – disse eu. Sentia um enorme desconforto.
– Uma coisa é não acreditar. Outra coisa é ignorar. Não se podem ignorar os fatos. Esta cidade tem uma história antiquíssima. E tem um traçado específico, depois do terramoto, que obedece a desígnios definidos com muita clareza. Com muita inteligência. Isto não é matéria de fé. De resto, só os muito ignorantes ou os muito estúpidos conseguem viver sem tomar conhecimento do mundo que os rodeia - disse ele. Estava furioso.
– Jorge, ajuda-me. Conheço aquele desabrigado. O que estava ali deitado, próximo da porta que tu dizes que dá para os subterrâneos. Não consigo lembrar-me é donde. Mas os olhos são tão familiares. Faz-me lembrar alguém da política – disse eu.
Toda esta conversa sobre os símbolos e os traçados secretos de Lisboa, ou, então, a forma como ele a desenvolvia, angustiava-me a ponto de sentir tonturas e eu queria mudar de assunto.
Ele puxou-me, apertando a minha mão gelada na sua mão quase a escaldar:
– Claro que te ajudo, amor. Queres que vá acordar os pobrezinhos todos para lhes pedires a identificação? Eu vou. É só mandares.
(...)
http://www.storm-magazine.com/arquivo/arquivo2/aq_abr2001_3.htm#JARDINS%20SECRETOS%20(EXTRACTO)

O Tarot na Arquitectura Lisboeta

Retirado de O Saquinho do Louco:(http://osaquinhodolouco.com/tarotearquitectura.html)
"Após o devastador terremoto de 1755 em Lisboa, o rei D. José I e o seu Ministro da Guerra e futuro Primeiro–Ministro de Portugal, Marquês de Pombal tomaram medidas imediatas para que a cidade renascesse novamente. Contrataram assim um considerável número de arquitectos e engenheiros, que em menos de um ano fizeram o “milagre” de transformar Lisboa numa cidade sem ruínas decorrendo ainda os trabalhos de reedficação já bastante adiantados. O rei desejava uma cidade nova e ordenada e assim, grandes praças e avenidas largas e rectilíneas marcaram a planta da nova cidade. O novo centro, hoje conhecido por Baixa Pombalina é uma das zonas nobres da cidade. São os primeiros edifícios mundiais a serem construídos com protecções anti-sísmica, que foram testadas em modelos de madeira à medida que as tropas marchavam ao seu redor testando assim a sua resistência (gaiola pombalina). Contúdo, toda esta grandiosa obra “escondia” algo mais. Hoje, temos uma Lisboa marcada por um sistema simbólico ligado à maçonaria, à alquimia, à mitologia, etc.Temos uma Lisboa povoada por estátuas e obeliscos, por altos e baixos relevos, por azulejos que nos contam histórias maravilhosas, que nos falam de mistérios inimagináveis e que de uma forma ou de outra nos sugerem o mito, o sonho da Lisboa do Quinto Império.
E é neste contexto que vimos encontrar o Tarot representado na arquitectura pombalina da Praça do Comércio e mais tarde (1870) na Praça D. Pedro IV (Rossio). No livro “Jardins Secrtetos de Lisboa” de Manuela Gonzaga, encontra-se um pequeno trecho sobre o assunto.

sábado, janeiro 05, 2008

André e o Lago do Tempo

Eduardo Sá, um nome que dispensa apresentações -- apresentou o segundo volume da colecção "O Mundo de André". Foi na Livraria Bertrand das Amoreiras, no dia 14 de Dezembro. Em breve disponibilizarei neste blog o seu magnifico discurso em torno das aventuras deste André e o Lago do Tempo.
A seguir, os actores Rui Simões, Mara Galinha e Filipa Oliveira (Artyaplauso) leram e interpretaram um capitulo da aventura.