Era uma vez um rei que passeava pela cidade de Lisboa com quatro elefantes, um cavalo persa com uma onça de caça deitada na garupa, e um rinoceronte mais à frente de forma que os elefantes não o vissem. Nessa época, toda a gente tinha macacos e papagaios, e os cães e os gatos morriam de ciúmes. Cheirava a canela, a benjoim, a pimenta, incenso e suor, âmbar e a novos frutos e flores, sob o omnipresente cheiro de peixe, frito ou assado em fogareiros de barro, e vendido na rua. E cheirava a merda, a muita muita merda.
Crédito imagem: J. Bosch, O Jardim das Delicias, o Paraíso (detalhe), Museu do Prado, Madrid.
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