«Aconteceu no Porto, entre as paredes deste mesmo Hospital onde eu estou a redigir hoje este artigo. Corria o ano de 1918. Portugal vivia os conturbados anos da Primeira República, presidida naquela altura por Sidónio Pais, com a Grande Guerra a dar os últimos estertores, e a gripe espanhola a assolar mundo. A protagonista foi uma mulher que compensava a sua pequena estatura — cerca de um metro e meio — com uma determinação irredutível para lutar pelo seu amor contra ventos e marés. O seu nome era Maria Adelaide Coelho da Cunha e fazia parte da alta burguesia lisboeta. Era filha do fundador do jornal Diário de Notícias e casou com Alfredo da Cunha, que se iria tornar proprietário do mesmo jornal após a morte do pai fundador. As vicissitudes da sua história, abordadas agora no livro de Manuela Gonzaga “Doida não e não!”, já pertencem ao imaginário popular de Portugal.»
Começa desta forma uma recensão crítica que muito particularmente me sensibilizou. Publicada na revista Saúde Mental, [Volume XI Nº3 Maio/Junho 2009, pp.40-42], e assinada por Adrian Gramary, médico psiquiatra do Hospital Conde de Ferreira, no Porto, a instituição onde Maria Adelaide passou largos meses na maior amargura e sofrimento físico e moral, a crítica é exemplarmente lúcida. Um médico, psiquiatra ainda por cima, reflecte sem «peias corporativas» acerca de um caso que nos toca a todos.
Como autora, sinto-me profundamente honrada.
Para ler o artigo na íntegra:
http://revista.saude-mental.net/index.php?article=1077&visual=17
2 comentários:
Há 2 semanas atràs deixei um comentário sobre o seu último livro. Já acabei de o ler e não posso deixar passar a oportunidade de lhe dizer que gostei muito.
Li o artigo que refere neste post. É realmente um reconhecimento ao seu livro. Parabéns.
Sílvia B.
Muito obrigada!Fico tão feliz por esta mensagem continuar a passar. Maria Adelaide é, com efeito, uma figura inspiradora na sua coragem indómita e lucidez inabalável.
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