E foi então que uma notícia extraordinária chegou a Castela. Pizarro entrara em Cuzco, nos Andes, cidade erguida no Vale Sagrado dos Incas, capital do seu império. Avançando pelo planalto andino, atravessara serras e florestas, vencera perigos e emboscadas, espantado com a sua ordem e inconcebível abundância. Por fim, prendera o seu rei e apropriara-se do ouro, da prata, das esmeraldas, das roupas e dos rebanhos de Atahualpa, assombrado com a simplicidade com que o desgostosíssimo soberano lhe explicava que aquelas vasilhas descomunais, aqueles pratos e copos, aquele potes e cântaros e tinas e braseiros, todos em metais preciosos, e todos preciosamente lavrados, eram objetos do quotidiano e que se quisesse mais ouro e prata e esmeraldas lhos mandaria entregar em quantidade suficiente para encher até ao telhado a sala onde se encontravam a ter esta conversa. Assim ele lhe devolvesse a liberdade[i].
[mais um pequeno extracto do meu próximo livro, a chegar ao fim]
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