Quando me perguntam se tenho saudades, respondo sempre que não. Alias, o conceito é-me bastante estranho. Mas guardo e guardarei sempre, enquanto a memória me assistir, o calor e a beleza desmedida dos momentos privilegiados que ali vivi. Foram bons, todos eles, mesmo quando foram menos bons. Dito de outra maneira. Moçambique ficou-me na alma, entranhou-se-me no corpo, está no meu respirar. A gratidão por ter conhecido e por amar aquela Terra Mãe é o sentimento que prevalece. Como prevalece o meu amor, a minha paixão por Angola, outro privilégio do meu viver.
Esta nota, é um detalhe. Um mero detalhe: não fui rica, não ganhei fortunas quando ali vivi, quando ali vivemos. Ganhei, ganhámos muito mais do que isso. O quê? Não têm preço, nem rótulo, nem nome.
Há muitas coisas que dinheiro algum consegue comprar. Chamam-se Vida, e a vida tem muitas declinações. Ás vezes até dói. Ás vezes é bom que magoe. É sinal que.
É sinal.
O meu novo livro, é para lá que me leva. Para Moçambique.
2 comentários:
Que bom. E vai de navio? Muitos guardam recordações muito belas dessas travessias...
No Império, where else? Em breve telefono-lhe. Tenho de o convidar para o lançamento, é em Junho.
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