terça-feira, fevereiro 19, 2008

Charles Aznavour, um dos últimos artesãos da canção

"Sou um dos últimos artesãos da canção. Sou um artesão, um trabalhador, cinzelo as canções, não aceito que se altere uma palavra, é preciso que esta seja a exacta e que nenhuma outra possa ser colocada no lugar dela. É esse o meu "métier". Não o de ser "star". O que quer dizer "star"?
Citação da magnifica entrevista que Adelino Gomes fez a Charles Aznavour (Publica 17.02.08 pp.26-36).

sábado, fevereiro 16, 2008

Janela no Século

Um motivo. Um só. Hoje é tudo o que preciso para recomeçar. Entretanto flutuo, sem vontade de nadar para a margem do dia.

Mais quotas de Alejandro Jodorowski

"El milagro está en todas partes, sólo hay que verlo" "Lo racional, como el psicoanálisis, es una adquisición maravillosa, no hay que apartarnos de ello sino expandirlo". "Cuando estudiaba filosofía me molestaba mucho que los intelectuales sólo tuviera ojos para lo intelectual, dejando de lado los sentimientos y la creatividad". "Ya pasó la hegemonía del intelecto, en la universidad debe estudiarse los sentimientos y la creatividad, sobretodo la creatividad". "Siempre que existe un conflicto entre la razón y la intuición hay que dejarse guiar por la intuición, la intuición es mucho más sabia que la razón.""No podemos cambiar el mundo, pero podemos empezar a cambiarlo. En este mundo imperfecto existen islas de perfección, hay que buscarlas, coleccionarlas como collares"
(extractos de entrevistas. Ver mais em http://www.clubcultura.com/clubliteratura/clubescritores/jodorowsky/ochopresenta.htm

Alejandro Jodorowsky personal quotes

Most directors make films with their eyes. I make films with my cojones.
I ask of film what most North Americans ask of psychedelic drugs.
I don't live in France, I live in myself.
If you are great, El Topo is a great picture. If you are limited, El Topo is limited.
http://www.sensesofcinema.com/contents/directors/07/jodorowsky.html

sábado, fevereiro 09, 2008

Ressaca

Trinta

Onde estão agora?
Em que vala funda se esconderam
a vossa raiva
a vossa força
o sorriso terno e amargo
da manhã clara do vosso regresso?

Onde estão
a praça do Povo
o grito a plenos pulmões
o rasgar da mordaça.

Lembram-se?

Era para sermos iguais
igual a água a fome dividida

Onde estão agora?
O meu peito estala
já não vos quero abraçar.

Que é das palavras
dos gestos
do punho?

Vossa oferta amiga
nos longos anos
abrindo caminhos
emprenhando tantos ventres de esperança

Ou era tudo apenas um disfaçe?
Jornada ténue
a nossa vida acabada em vosso proveito

Carlos Ferreira (2000)-- Ressaca, Porto, pp.49-50

Carlos Ferreira, Poeta

Conheci-o, ou melhor, re-conheci-o, em Leiria, no II Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, onde, juntamente com Rui Zink e eu, compunha o painel de oradores. Joaquim Vieira moderava. O nosso painel, "Jornalismo e Literatura, caminhos cruzados, percursos complementares" permitiu-nos abordagens muito diferentes. E muito interessantes, creio, pelo menos a avaliar pelas reacções do publico presente.
Do Carlos Ferreira, natural de Luanda, jornalista e escritor, recebi na altura uma mão cheia de livros seus.
E é na sua poesia intensa, magoada, "cheia de som e de fúria" mas com todo o sentido, que mergulho agora.
Nas suas palavras,nas suas imagens, revivo este amor comum, Angola, seu pais, que de forma tão estranha sinto também meu. Ainda. E apesar das distancias e das ausências, e da minha condição de estrangeira.

Metamorfoses

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