O corpo esguio e tão branco, a brilhar sob a luz da manhã nova, ela dormia serena na impossível posição dos amantes. As pernas, longas e desnudas, numa geometria fetal, os braços tombando-lhe sobre o peito, a cabeça no colo dele, a cara escondida pelo cabelo solto, louro, desalinhado. Ele, muito acordado, envolvia-a num abraço. Os dois no banco estreito, de frente para o sol que nascera há pouco e os pintava de ouro. A cabeça dele inclinava-se sobre a dela, as mãos dele fechavam o círculo em redor do peito dela. Os dois respiravam o mesmo ar. Um pequeno milagre de amor, no jardim real de todos os príncipes e princesas.
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