E queria tanto compreender-te. Ela não respondeu. A sério, disse ele. Não entendo porque dizes o que dizes quando dizes e o que fazes quase nunca é o que julgo que vais fazer. Ela encolheu os ombros, estava a pensar em tantas coisas diferentes ao mesmo tempo. Às vezes acho que sim. O quê? Que percebo. Ah. Mas depois acho que não. O quê? Isso, que não te entendo. Ah. Ajuda-me. Em quê? A perceber como és. Ela não respondeu. Agora já não estava a pensar em muitas coisas ao mesmo tempo. Estava a fazer um esforço insano para não se rir na cara dele. Ele a falar comigo como se eu fosse o quê? Uma máquina de lavar com instruções em chinês? Um televisor sem comando à distância? Que mania. Se nem eu me entendo tantas vezes. Só queria rir, rir, rir. Então disse, não me entendas que não adianta nada. Aceita-me, e pronto.
- E ele?
- Disse, está bem. Mas também não percebo isso.
- E ele?
- Disse, está bem. Mas também não percebo isso.
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