De volta à biografia de António Variações
Está a saber-me tão bem reescrever, acrescentar e preparar a biografia que a editora Bertrand vai relançar em 2017. Agendadas, novas entrevistas com pessoas que também o conheceram e que, na altura da primeira biografia, eu não tive acesso ou conhecimento. Cito:
«António Variações: “Venho de uma altura em que me chamavam todos os nomes, as pessoas abriam alas para me verem passar e, ou achavam piada, ou massacravam-me com comentários. Sentia-me perfeitamente só, ao ponto de não ter amigos porque se recusavam a estar ao pé de mim. No entanto nunca abdiquei de ser o que sou, e só comecei a ser recompensado por essa atitude quando, há sete ou oito anos atrás houve pessoas que vieram ter comigo e me disseram ter sido eu o ponto de partida para uma estética que eles gostavam mas não eram capazes de assumir. Foi depois de abrir o cabeleireiro no Imaviz, o primeiro misto que existiu em Portugal. Mas é bom, agora, saber que há cada vez mais pessoas a aceitarem-se a si próprias sem estarem condicionadas por fachadas ou puritanismos. […] Há quinze anos que faço virar os púdicos pescoços portugueses. Divido as pessoas, que abriam alas quando eu passava, com a minha maneira de estar na vida. Hoje passo despercebido.” (Monteiro, 1983:36). (em Manuela Gonzaga, António Variações, Entre Braga e Nova Iorque, Lisboa, Ancora, 2006).
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