Um ano em Malmo, longas incursões pelo Báltico, e o maior denominador que o André trouxe daquele povo foi o nariz. Esqueçam a história dos sueco serem todos altos, loiros, brancos. A grande marca que os distingue de todos os outros povos é o nariz, explicou. E nós bebíamos as suas palavras, acompanhadas de um vinho soberbo e um jantar muito português, filetes de sardinha panados e uma porção de acompanhamentos.
- O nariz??
- É lindo. É absolutamente perfeito.
Feita pelo André, a descrição do nariz das suecas - «reparei mais no delas, mas vai dar ao mesmo para eles, é um molde genético daquele povo» - é todo um compêndio de antropologia filosófica pós moderna. E enquanto comíamos, bebíamos, e nos atropelávamos a falar e ríamos à gargalhada, ele prosseguia:
- O nariz das suecas é como o nariz dos pretos. Esperem, não acabei! Só que afila. E projecta-se para o lado com duas narinas perfeitas, muito alinhadas em cima da cara. E é direito, mas termina numa bolinha, e essa bolinha é ligeiramente arrebitada.
Olhou para um de nós, com atenção, e escolheu o holandês:
- Tu não tens nariz. Tens uma quilha no meio da cara. Nós temos uma cana, mais ou menos direita, e eis tudo.
- Fizeste amigos, amigas?
- Nem um único. Eles são impermeáveis a novas amizades, desde o fim da escola primária. É uma sociedade de solidões e muros, os velhos não convivem com os jovens, as crianças só convivem com crianças. Por decreto lei, todos se tratam por tu, mas ninguém consegue partilhar intimidade, a não ser na cena do álcool.
Outra coisa que nos contou sobre as suecas: ao fim de dezoito, vinte anos anos de casamento, os filhos «vão à vida deles».
- E os maridos?
- Também os põem a andar. Precisam de tempo para elas próprias, o que implica espaço para si mesmas.
- Sem mais nem porquê?
- Exactamente. As suecas são tramadas. Terríveis. Não podem ver um sueco sentado. Estão sempre a dar ordens, vai fazer isto, vai fazer aquilo.
- E eles?
- São muito bem mandados.
- Então e a história multirracial, com os africanos? Como pode funcionar?
- Muito bem, porque os pretos, em casa, não mexem uma palha, ficam muito bem sentadinhos a ver televisão, e dão ordens: traz-me uma cerveja, mulher.
- E elas?
- Vão a correr buscar a cerveja deles, claro. Respeitam profundamente estas demonstrações de virilidade.
- O nariz??
- É lindo. É absolutamente perfeito.
Feita pelo André, a descrição do nariz das suecas - «reparei mais no delas, mas vai dar ao mesmo para eles, é um molde genético daquele povo» - é todo um compêndio de antropologia filosófica pós moderna. E enquanto comíamos, bebíamos, e nos atropelávamos a falar e ríamos à gargalhada, ele prosseguia:
- O nariz das suecas é como o nariz dos pretos. Esperem, não acabei! Só que afila. E projecta-se para o lado com duas narinas perfeitas, muito alinhadas em cima da cara. E é direito, mas termina numa bolinha, e essa bolinha é ligeiramente arrebitada.
Olhou para um de nós, com atenção, e escolheu o holandês:
- Tu não tens nariz. Tens uma quilha no meio da cara. Nós temos uma cana, mais ou menos direita, e eis tudo.
- Fizeste amigos, amigas?
- Nem um único. Eles são impermeáveis a novas amizades, desde o fim da escola primária. É uma sociedade de solidões e muros, os velhos não convivem com os jovens, as crianças só convivem com crianças. Por decreto lei, todos se tratam por tu, mas ninguém consegue partilhar intimidade, a não ser na cena do álcool.
Outra coisa que nos contou sobre as suecas: ao fim de dezoito, vinte anos anos de casamento, os filhos «vão à vida deles».
- E os maridos?
- Também os põem a andar. Precisam de tempo para elas próprias, o que implica espaço para si mesmas.
- Sem mais nem porquê?
- Exactamente. As suecas são tramadas. Terríveis. Não podem ver um sueco sentado. Estão sempre a dar ordens, vai fazer isto, vai fazer aquilo.
- E eles?
- São muito bem mandados.
- Então e a história multirracial, com os africanos? Como pode funcionar?
- Muito bem, porque os pretos, em casa, não mexem uma palha, ficam muito bem sentadinhos a ver televisão, e dão ordens: traz-me uma cerveja, mulher.
- E elas?
- Vão a correr buscar a cerveja deles, claro. Respeitam profundamente estas demonstrações de virilidade.
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