segunda-feira, junho 11, 2012

No meu livro, a rainha come em silêncio

com toda a gente a olhar para ela. O rei está longe, ela está só no meio de toda a corte, mas o espectáculo tem de continuar  e o momento da refeição real é de visível aparato. Entretanto, ela, a rainha, come pouco, desdenhando de quase tudo, e mantendo-se alheada ao burburinho em seu redor.
No meu sonho, o rei que não é rei, mas sim figura tutelar masculina, come em silêncio. Aparentemente, eu sou sua convidada. Mas para meu imenso e silencioso espanto, só ele é servido, e só ele come. Remoendo seus secretos pensamentos e suas iguarias. E olhando, de vez em quando, na minha direção.

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