Nunca estivemos muito afastados, porque há a internet e assim. Mas aquelas conversas intermináveis, no átrio da Nova, na cafetaria da Gulbenkian, na TT, e na Bijou do Calhariz, e depois na Flower Power, foram arquivadas pelas imperativos da vida transcontinental do Lapin Géant. A Rita, que entrava sempre, ou quase sempre, nesses filmes, também me faz uma falta de todo o tamanho, mas agora está enfiada atrás das montanhas, numa paisagem de cortar a respiração, com uma casa cheia de quartos à espera que os amigos apareçam, enquanto prossegue nas suas arqueologias.
O Edilson também está longe. Ainda por cima éramos vizinhos e tnhamos a nossa agenda de biquinhas e cervejinhas, pelo menos uma ou duas vezes por semana, mais as conferências a que estava sempre atento, não me deixando escapar às mais estimulantes. Também estava muito presente nos longos serões e tardes e manhãs em que o tempo se enrolava em torno dos seus múltiplos eixos. Um historiador de palavra cheia, e um compincha divertidíssimo. É verdade que continua a insistir que estamos à distância de 50 euros e duas horas de avião, descrevendo-me a sua casa diante do lago Genebra com as cores mais apetitosas que se possa imaginar.
Mas o que sabe mesmo bem são estes encontros inesperados, no calor lisboeta deste Verão, onde sem ninguem combinar grande coisa, apanhámos o Dk o Timóteo, e acábamos a conversar e a trocar os cromos dos últimos acontecimentos das nossas vidas e das nossas vidinhas. Desta vez, com direito a uma inesperada performance de bailado aqui mesmo na rua, no lindíssimo Largo do Século. Trabalho de alunos finalistas da escola superior de dança. Momentos mágicos.
«As saudades que tinha de Lisboa» - diz o Lapin, que no domingo vai para o Brasil e a seguir voa para os States onde prossegue o doutoramento. Entretanto a sua Joana chega hoje de Paris, também ela radiante por rever esta Lisboa onde viveu anos importantíssimos e reencontrar o seu amor que por imperativos académicos, tem estado longe.
Que belo abraço, finalmente!
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