As minhas crónicas no Boas Notícias são, frequentemente, exercícios de memória. Desta vez, voltei aos tempos em que corríamos Portugal de lés a lés para conhecer e selecionar os casais que iriam participar num programa encantador, Cenas de um Casamento, na SIC. Os relatos dessas viagens pelo país profundo e tão nosso, estiveram quase a ser livro. Retomei um deles, que me tocou particularmente. É uma homenagem a um homem que, aos setenta anos, voltou a brincar e encheu de animais de pedra os jardins da sua casa e dos seus conterrâneos. Passaram vinte anos. O coreto, de certeza que ainda está no mesmo sítio. E o Senhor António, que será feito dele? Ainda brinca? Se não por cá, onde estiver será sempre o menino mágico que o adulto feito à pressa nunca deixou morrer. Destaco:
«Finalmente reformou-se, voltou para Portugal e para a sua terra, São Gens de Calvos, a poucos quilómetros da Póvoa do Lanhoso. Aos setenta anos lembrou-se outra vez de tudo com muita nitidez. E voltou a brincar. Foi no cimento que descobriu o primeiro bicho. Era um bácoro, parecia que se estava a rir. Pintou-o e pôs-lhe dois berlindes a fazer de olhos. Depois foi um cão. Depois uma cabra. E a seguir um burro. Depois foi o coreto com todas as figuras da banda, em tamanho natural, que ofereceu à sua terra...»
Para ler o resto: Tempo dos Milagres: O encantador de pedras
«Finalmente reformou-se, voltou para Portugal e para a sua terra, São Gens de Calvos, a poucos quilómetros da Póvoa do Lanhoso. Aos setenta anos lembrou-se outra vez de tudo com muita nitidez. E voltou a brincar. Foi no cimento que descobriu o primeiro bicho. Era um bácoro, parecia que se estava a rir. Pintou-o e pôs-lhe dois berlindes a fazer de olhos. Depois foi um cão. Depois uma cabra. E a seguir um burro. Depois foi o coreto com todas as figuras da banda, em tamanho natural, que ofereceu à sua terra...»
Para ler o resto: Tempo dos Milagres: O encantador de pedras
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