A minha amiga de coração e alma cuja vida dá vários livros e um filme épico pelo menos, resolveu meter mãos à obra e começar a escrever as suas histórias. E fez coisa horrível. Perguntou-me:
- Como é que começo a escrever o meu livro?
A Mozzaic já escreve que se desunha. Os posts dela, generosamente partilhados pelas redes cibernéticas, são, alguns deles pelo menos, verdadeiros testamentos. Escreve em inglês, obviamente a precisar de copywriting, mas está lá tudo. Emoção a rodos, verdade total, grandeza, humildade, peripécias surreais, you name it. E tudo misturado com um desassombro de quem anda no arame sem rede, sobre os mais arrepiantes princípios, contando apenas com as próprias asas se alguma coisa correr mal nesse cruzar de fronteiras sem mapas.
Já lhe aconteceu quase tudo o que pode acontecer a alguém. Até esteve presa, numa cadeia célebre pelos piores motivos. A cadeia feminina de LA. Tinha acabado de saber que tinha um cancro, e que o homem que amava a ia deixar. Aliás, foi esse mesmo homem que a atirou para a prisão, queixando-se de violência doméstica - ela bateu-lhe sim, ela é dessas quando é preciso. O pior é que também deu pontapés no carro dele, que ela comprara.A polícia tinha acabado de chegar e viu.
A policia levou-a.
O que é que ela fez na cadeia? No seu desespero, greve de fome. Não para marcar nenhuma posição. Mas porque sentiu que se devia «purificar» de toda a raiva, e porque, vamos lá ser francos, a comida na prisão era uma grande merda. Em todo o caso, o que ela dispensou, aproveitou a outras. E granjeou-lhe respeito entre ladras, putas, drogadas, e outras hóspedes amontoadas na cela que ela partilhou. Ao fim de dois dias, até as carcereiras mais cruéis lhe diziam com carinho:
- You don't belong here, girl.
Como é que uma pessoa destas pode ser aconselhada na matéria prima fabulosa que constitui a escrita da sua vida? Close your eys sister of mine, you'll find your way as you always do.
Entretanto, e com a minha memória de elefante, poderei eventualmente ajudar-te a recordar algumas coisas que te passarem ao largo. Acima de tudo, o primeiro dia do resto da tua vida, já lá vão doze ou treze anos?, foi escrito aqui em casa. Numa parede. Com peixes de mosaicos. I could write about that. O resto, virá por acréscimo. Os sonhos mirabolantes do Matrix, quando o K. Reeves te convocou para LA estavas tu em Glastonbury, levando-te a trocar o Rei Artur pelo Neo, a Távola Redonda pela pastilha azul. Ou seria a Vermelha? The one the white rabit told you so.
E todas estas fantasias são miraculosamente verdadeiras. E não, não!, a minha amiga não precisa de tomar ou beber nada para ser como é. Nem álcool, sequer. Quem tem um coração como o dela, não precisa de aditivos, desses que subtraem a luz da alma e maculam a força do corpo.
That's my Mozzaic.
- Como é que começo a escrever o meu livro?
A Mozzaic já escreve que se desunha. Os posts dela, generosamente partilhados pelas redes cibernéticas, são, alguns deles pelo menos, verdadeiros testamentos. Escreve em inglês, obviamente a precisar de copywriting, mas está lá tudo. Emoção a rodos, verdade total, grandeza, humildade, peripécias surreais, you name it. E tudo misturado com um desassombro de quem anda no arame sem rede, sobre os mais arrepiantes princípios, contando apenas com as próprias asas se alguma coisa correr mal nesse cruzar de fronteiras sem mapas.
Já lhe aconteceu quase tudo o que pode acontecer a alguém. Até esteve presa, numa cadeia célebre pelos piores motivos. A cadeia feminina de LA. Tinha acabado de saber que tinha um cancro, e que o homem que amava a ia deixar. Aliás, foi esse mesmo homem que a atirou para a prisão, queixando-se de violência doméstica - ela bateu-lhe sim, ela é dessas quando é preciso. O pior é que também deu pontapés no carro dele, que ela comprara.A polícia tinha acabado de chegar e viu.
A policia levou-a.
O que é que ela fez na cadeia? No seu desespero, greve de fome. Não para marcar nenhuma posição. Mas porque sentiu que se devia «purificar» de toda a raiva, e porque, vamos lá ser francos, a comida na prisão era uma grande merda. Em todo o caso, o que ela dispensou, aproveitou a outras. E granjeou-lhe respeito entre ladras, putas, drogadas, e outras hóspedes amontoadas na cela que ela partilhou. Ao fim de dois dias, até as carcereiras mais cruéis lhe diziam com carinho:
- You don't belong here, girl.
Como é que uma pessoa destas pode ser aconselhada na matéria prima fabulosa que constitui a escrita da sua vida? Close your eys sister of mine, you'll find your way as you always do.
Entretanto, e com a minha memória de elefante, poderei eventualmente ajudar-te a recordar algumas coisas que te passarem ao largo. Acima de tudo, o primeiro dia do resto da tua vida, já lá vão doze ou treze anos?, foi escrito aqui em casa. Numa parede. Com peixes de mosaicos. I could write about that. O resto, virá por acréscimo. Os sonhos mirabolantes do Matrix, quando o K. Reeves te convocou para LA estavas tu em Glastonbury, levando-te a trocar o Rei Artur pelo Neo, a Távola Redonda pela pastilha azul. Ou seria a Vermelha? The one the white rabit told you so.
E todas estas fantasias são miraculosamente verdadeiras. E não, não!, a minha amiga não precisa de tomar ou beber nada para ser como é. Nem álcool, sequer. Quem tem um coração como o dela, não precisa de aditivos, desses que subtraem a luz da alma e maculam a força do corpo.
That's my Mozzaic.
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