O avô (centro), o meu pai (esqdª), o tio Rogério |
A morte é mexer em coisas que não são nossas, com um grande desconforto e nenhuma curiosidade. É abrir gavetas fechadas para deitar fora muitos papéis. É tocar em roupas inúteis, tentando descobrir-lhes utilidade. É sentarmo-nos a olhar para fotografias que vemos pela primeira vez. Mesmo as que já conheciamos, porque só agora, no silêncio da ausência sem remédio, encontramos os outros rostos da pessoa que julgávamos conhecer. A morte é pedir ajuda ao tempo, sabendo que nalguns casos, o tempo não nos vai ajudar.
A morte é a vida ausente e nós a sentirmo-nos intrusos.