Algures, na Constelação Draco. A 2,7 biliões de anos luz da Terra.
A Estrela andava na sua vida de Estrela. Uma vida fulgurante, resplandecente e solitária, pois a uma estrela basta-lhe o seu insuperável brilho que aquece as vastidões geladas das infinitas planuras intersticiais cósmicas.
O resto, se havia resto, planetas, satélites, poeiras cósmicas, nem se distinguia na esteira do seu incandescente manto de luz.
Depois, houve aquele encontro terrível. O Buraco Negro estava simplesmente lá. Imóvel e escondido. Na sua vida de Buraco Negro. Sozinho, pois a um buraco negro basta-lhe tudo que a voragem da sua fome gravitacional alcança.
A escala a que tudo isto se passa é tão inimaginável que não consigo encontrar palavras que descrevam esta tragédia abissal. Enfim. A Estrela aproximou-me demais e o Buraco Negro devorou-a, eis tudo. Um homicídio cósmico.
Sei que houve um som pavoroso que nunca escutaremos, porque se diz que no espaço o som não existe. Mas existe. Não está é ao alcance de sentidos como os que dispomos, para nos defender da loucura infinita em que tão infinitamente horríveis sons nos precipitariam, célula a célula, átomo a átomo, até a própria poeira de estrelas de que somos feitos uivar de pavor.
Estrelas e Buracos Negros. Estas histórias nunca acabam bem.
A menos que Buracos Negros sejam portais para outros universos, onde a Estrela emergindo, juntamente com planetas e cometas, outras estrelas e tudo o que o monstro vai devorando, terá recomeçado uma nova vida. Mas depois há aquela história terrível da densidade gravitacional dentro de um Buraco Negro ser tão grande, mas tão grande, que ali até o tempo congela num limiar de eternidade absoluta. E assim, a estrela continuará presa nas entranhas do Buraco Negro. Imóvel para sempre e sempre e sempre.
É melhor nem pensar nisso. A menos que a pessoa seja astrofísica. A menos que a pessoa se chame Stephen Hawking.
Para ver mais e saber mais alguma coisa:
PS1-10jh: Black Hole Caught Red-handed in a Stellar Homicide
A Estrela andava na sua vida de Estrela. Uma vida fulgurante, resplandecente e solitária, pois a uma estrela basta-lhe o seu insuperável brilho que aquece as vastidões geladas das infinitas planuras intersticiais cósmicas.
NASA, S. Gezari (The Johns Hopkins University), and J. Guillochon (University of California, Santa Cruz) |
O resto, se havia resto, planetas, satélites, poeiras cósmicas, nem se distinguia na esteira do seu incandescente manto de luz.
Depois, houve aquele encontro terrível. O Buraco Negro estava simplesmente lá. Imóvel e escondido. Na sua vida de Buraco Negro. Sozinho, pois a um buraco negro basta-lhe tudo que a voragem da sua fome gravitacional alcança.
A escala a que tudo isto se passa é tão inimaginável que não consigo encontrar palavras que descrevam esta tragédia abissal. Enfim. A Estrela aproximou-me demais e o Buraco Negro devorou-a, eis tudo. Um homicídio cósmico.
Sei que houve um som pavoroso que nunca escutaremos, porque se diz que no espaço o som não existe. Mas existe. Não está é ao alcance de sentidos como os que dispomos, para nos defender da loucura infinita em que tão infinitamente horríveis sons nos precipitariam, célula a célula, átomo a átomo, até a própria poeira de estrelas de que somos feitos uivar de pavor.
Estrelas e Buracos Negros. Estas histórias nunca acabam bem.
A menos que Buracos Negros sejam portais para outros universos, onde a Estrela emergindo, juntamente com planetas e cometas, outras estrelas e tudo o que o monstro vai devorando, terá recomeçado uma nova vida. Mas depois há aquela história terrível da densidade gravitacional dentro de um Buraco Negro ser tão grande, mas tão grande, que ali até o tempo congela num limiar de eternidade absoluta. E assim, a estrela continuará presa nas entranhas do Buraco Negro. Imóvel para sempre e sempre e sempre.
É melhor nem pensar nisso. A menos que a pessoa seja astrofísica. A menos que a pessoa se chame Stephen Hawking.
Para ver mais e saber mais alguma coisa:
PS1-10jh: Black Hole Caught Red-handed in a Stellar Homicide
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