Agora, que se não tomarmos cuidado transformamo-nos em rodapé da História, a única aliada em quem podemos confiar é na memória. Temos todo o direito de a alimentar.
A nossa memória - colectiva.
É a ela que recorri para mostrar que fomos muito mais, na soma das nossas vidas privadas, do que um amontado caótico de caixotes espalhados pelo cais do porto de Lisboa. Muito mais do que saudades e amarguras. Muito mais do que sentimentos de estranheza e de revolta. Éramos mais de meio milhão - e na crueza dos números, mais de metade oriundos da então Metrópole e integrámo-nos aqui e por todo o mundo, de forma geral, com uma taxa de sucesso que ainda hoje espanta, sobretudo quem está de fora.
Trouxemos bons ventos e muitas outras coisas boas. E não temos vergonha do que vivemos. Nós, de quem se diz que era uma vez e tudo perdemos, guardámos tesouros inalcançáveis e imperecíveis. Nós, os que viemos, e não importa se nascemos lá ou cá, ganhámos África. Melhor. África ganhou-nos. Nós somos de Ela. Por todos os sentidos. É nesse aspecto que o passado pode ser o nosso melhor presente. Aqui. Agora. Seja onde for.
A nossa memória - colectiva.
É a ela que recorri para mostrar que fomos muito mais, na soma das nossas vidas privadas, do que um amontado caótico de caixotes espalhados pelo cais do porto de Lisboa. Muito mais do que saudades e amarguras. Muito mais do que sentimentos de estranheza e de revolta. Éramos mais de meio milhão - e na crueza dos números, mais de metade oriundos da então Metrópole e integrámo-nos aqui e por todo o mundo, de forma geral, com uma taxa de sucesso que ainda hoje espanta, sobretudo quem está de fora.
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