Quando penso em África não penso muito. Sinto. Intensamente. E sonho. Em muitos dos meus sonhos volto lá. Não exactamente às cidades, o que é raro, mas aos trilhos da mata - trilhos secretos, de fuga. E ora estou com negros e pertenço à sua tribo apesar da pele branca que persiste em vestir o meu corpo até em sonhos, ora estou rodeada de soldados que me escoltam e pertenço aos seus caminhos. Muitas vezes, porém, estou simplesmente a caminhar. Ou, mais raramente agora, a fugir. Os animais não me assustam, as árvores não me dão medo, os gritos dos pássaros ou os seus cantos são o meu alento, e os pés não ficam em ferida enquanto avanço sobre a terra escura que parecem (re)conhecer de tempos imemoriais. Simplesmente caminho como se procurasse o caminho de casa - que se oculta por ali.
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