quinta-feira, novembro 05, 2015

«Quando nós, mulheres, precisámos de lutar para ser livres»


«Quando nós, mulheres, não tínhamos voz precisámos de lutar para ser livres.»



Começando em seio burguês, o movimento pelo direito ao voto das mulheres, entre outros, veio, inevitavelmente, a envolver-se na luta pela redução do horário de trabalho, paridade nos salários, e outras reivindicações operárias. É aqui que entronca a origem do Dia Internacional da Mulher em 1910 (consagrado em 1911). Baseado em fatos reais, As Sufragistas, da realizadora Sarah Gravon, recria a história, verídica, das mulheres envolvidas no movimento sufragista inglês. 

O filme conta com Helena Bonham Carter no papel de Edith Ellyn, uma ex-professora que ajudou a organizar e promover as campanhas da organização "Women's Social and Political Union", tendo percorrido a Inglaterra para mobilizar mulheres a lutar por seus direitos, a começar pelo basilar direito ao voto. Meryl Streep interpreta Emmeline Pankhurst, líder do movimento e fundadora da WSPU. Carey Mulligan interpreta Maud Watts, uma jovem operária que, juntamente com o marido trabalha numa lavandaria e que acaba por se juntar ao movimento sufragista.

A propósito deste filme a NOS organizou uma exibição no CCB, a 3 de Novembro, precedida por um debate moderado pela jornalista Maria Flor Pedroso. Fui uma das quatro candidatas presidenciais 2016 convidadas para a antestreia deste filme belíssimo, brutal e pungente. Obrigatórios, aliás, para nunca nos esquecermos que, quando não tínhamos voz, houve quem falasse por todas, desse a vida por todas nós e tivesse sido torturada em nome de direitos que a todos nos eram devidos. 

A essas heroínas quase esquecidas do grande público, devemos a homenagem da memória. E porque, no pequeno vasto mundo em que vivemos, grande parte das mulheres ainda precisa de levar a cabo, recordamos e acordemos esta luta que é de toda a Humanidade.




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