quinta-feira, setembro 24, 2015

«Esta barragem não deveria existir»

A minha crónica de hoje, no Comício Público, é dedicada ao Vale do Tua. Citando:
«E foi assim que hoje, a comitiva do PAN desceu do comboio na estação do Tua, em Carrazeda de Ansiães, e foi a pé até à zona da obra, onde se pode observar o paredão de betão a ser construído no rio, e as infraestruturas do estaleiro que se estende pelas encostas. Bem como a linha de caminhos-de-ferro desactivada por causa desta barragem que, a ser concretizada, irá arrasar um dos patrimónios mais selvagens que existem em Portugal, afetando espécies em vias de extinção, prejudicando o turismo, e destruindo “imensos terrenos agrícolas”.  Nas palavras de André Silva, porta-voz do PAN:
 “O que está aqui em causa é de facto todo um património cultural, ecológico, social e económico. Esta barragem não deveria existir, tal como outras que estão ser construídas no [no âmbito do] Plano Nacional de Barragens”. [em «Esta barragem não deveria existir», TVI notícias]»

Para ler na integra: «Esta barragem não deveria existir»

segunda-feira, setembro 21, 2015

«O que eu andei para aqui chegar»

A convite do jornal Público, e juntamente com mais dez outros cronistas, iniciei uma colaboração no recém-criado blogue Comício Público - o blogue de 11 políticos em campanha.  Até às eleições, cada um de nós terá ali uma janela para comunicar com leitores, elucidando-os sobre o projecto a que cada um de nós está ligado. No meu caso, PAN - Pessoas, Animais, Natureza.

É um texto de apresentação, este primeiro. O que me trouxe aqui, e porquê esta ligação a um partido de causas? Um extracto:

«E há quatro anos surgiu o PAN — Pessoas, Animais, Natureza, e eu gostei logo das propostas que apresentava, porque mais do que um partido senti-o como um… inteiro. Uma associação de causas – Animal, Ambiental e Humana – onde as propostas defendidas eram as que eu acarinhava há muito tempo. Devolver ao ser humano a sua integralidade, no respeito pela casa de todos, a Terra, e na empatia com todas as formas de vida: tinha chegado a casa! E estava a conectar-me com humana gente que me tem estimulado a crescer e a acreditar que os sonhos mais improváveis, quando sonhados por muita gente que sonha da mesma maneira, vêm a tornar-se realidades.
O resto foi surgindo por acréscimo à medida que o envolvimento na dinâmica do PAN – inclusive nas primeiras dores de crescimento – implicaram mais disponibilidade mental, doação de tempo, energia e amor.» Para ler tudo: «O que eu andei para aqui chegar» 

sexta-feira, setembro 11, 2015

O Jornalismo Português na Guerra Colonial


Por Humberto Silva, em artigo sobre o Colóquio «O Jornalismo Português na Guerra Colonial, que decorreu na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH), a 28 de Maio de 2015, na página da Associação APOIAR:


M. Gonzaga, então repórter na redacção do jornal Noticias (1971)


«A escritora Manuela Gonzaga lembra-se que a guerra era como se não existisse, quer na Metrópole quer nas próprias províncias. Em Lourenço Marques não havia guerra mas os movimentos das tropa seriam constantes e cada vez maiores. Nas grandes cidades pouco se sabia do porquê dessas movimentações e ninguém queria saber. A Guerra Colonial, para muitos, pouco mais era do que desfiles militares a fazer a apologia do regime e da glória de Portugal e o modo como se exibiam era como se não fossem fazer a guerra. No fim, o que transparecia era que todos os guerrilheiros eram vencidos ou se rendiam. O numero de mortos era anunciado nos jornais mas sempre em página par e num canto inferior. Manuela Gonzaga recorda-se de ver regressar os soldados das operações no mato, solitários, cansados e abandonados e de como absolutamente ninguém falava disso. Os relatos das operações eram tardios e embora deixassem transparecer o que se passava eram sempre redigidos de modo optimista e com a certeza da vitória.» [para ler na íntegra: O jornalismo português...]

Acrescento: o ter vivido, durante a minha adolescência, em terras onde a guerra eclodiu, Vila Cabral actual Lichinga e Tete, ajudou e muito a entender o desenho desta silenciosa tragédia.Acrescento também que foi Guilherme de Melo, jornalista e escritor, e já agora amigo, que iniciou as primeiras reportagens na frente de batalha em Moçambique conforme relato no meu livro Moçambique para a Mãe se Lembrar como Foi:

«Já a guerra ocupava três frentes, com a Frelimo a dominar as regiões de Cabo Delgado, Niassa e Tete, quando Guilherme de Melo, premiado escritor, poeta, jornalista e secretário-geral do jornal Notícias, foi destacado para as zonas de conflito. As suas reportagens, ilustradas com imagens de um também magnífico fotógrafo, Carlos Alberto Vieira, foram publicadas diariamente de abril a maio de 1968, sob o título genérico «Ao Norte — Guerra e Paz». A iniciativa revelou-se um êxito e o jornal teve de aumentar as tiragens. Finalmente, e tanto quanto a censura o permitiu, a população que tinha acesso à imprensa foi confrontada com retábulos da vida do exército português na solidão insone dos matos inconquistáveis.» (em Moçambique, cit., p.195)



Felizmente, vamos ter Actas deste encontro, organizado por Sílvia Torres (doutoranda em Ciências da Comunicação), CIMJ e CECL, a todos os títulos louvável, cujo objectivo foi reflectir sobre o jornalismo português «praticado num período critico da história de Portugal: a Guerra Colonial» conforme se pode ler na página da FCSH, da Universidade Nova de Lisboa [O Jornalismo Português na Guerra Colonial]

Siga o link Para conhecer o programa do evento e seus intervenientes.








terça-feira, setembro 08, 2015

Alegria de viver

Trago do mural da minha candidatura no facebook, o texto de hoje:

«La joie de vivre»

Hoje o mundo dói-me tanto, que a única coisa a fazer é cobrir-me de alegria para enfrentar a violência da dor que alastra na maré negra dos ódios. Não é ignorar. Tão-pouco retirar-lhes a importância. É usar as armas que disponho. A começar pela gratidão constante pelo que ainda temos de paz, amor, tecto e pão. A gratidão que me impede de perder as forças. O combate é todos os dias. 

O primeiro inimigo que encontro é o cavalo louco dos pensamentos sem freio. Os meus. Os nossos. O segundo inimigo é o medo. O medo instilado gota a gota no nosso coração, já que nos querem escravos e o medo é o melhor freio que existe para nos escravizarem. O terceiro inimigo é o hábito, que tudo acaba por tolerar e sofrer e aceitar.

Muito trabalho de casa, portanto. Assim, como recusar a alegria que vem nem eu sei bem de onde mas que se espelha nos mais pequenos gestos, nos mais pequenos detalhes? Hoje, vou tentar seguir um dos lemas de uma mulher que me irritava um bocadinho até a conhecer muito melhor, quando há quase trinta anos li a biografia extraordinária e seriíssima assinada por Ida Friederike Goerre. O lema, e cito de cor: «Fazer na perfeição as coisas mais insignificantes». Ficou conhecida como Santa Teresa do Menino Jesus da Santa Face. A Santa Teresinha das pagelas pirosas. E que grande mulher foi ela.

Nota - há outros santos e santas que me inspiram. De várias religiões diferentes. A sacralidade da Vida é total. Cabe em todos os cultos. E abarca todas as formas de viver. Desde o coração do átomo aos confins do que chamamos universo.