Tanto barulho, e muitas vezes mal fundamentado, tanta quezília, e, já agora, tanta ignorância à volta do Acordo Ortográfico, quando muito pior do que suprimir consoantes mudas, é alterar, pelo costume quase institucionalizado, a lógica, o pilar, o suporte gramatical de uma língua. Sem que ninguém, ou apenas muito poucos, pareçam sofrer com, por exemplo, o abuso generalizado das mutilações verbais.
Nas minhas oficinas de escrita, frequentadas por uma diversidade muito abrangente de pessoas, já apanhei professoras do secundário a partir verbos. Exemplo «chamas-te» por «chamaste»; «vies-te por vieste» e por aí fora, Hoje, no facebook, no mural de um desconhecido, a frase endereçada ao nosso amigo comum, serve de moto a este post:
Ficaria assim:
Nas minhas oficinas de escrita, frequentadas por uma diversidade muito abrangente de pessoas, já apanhei professoras do secundário a partir verbos. Exemplo «chamas-te» por «chamaste»; «vies-te por vieste» e por aí fora, Hoje, no facebook, no mural de um desconhecido, a frase endereçada ao nosso amigo comum, serve de moto a este post:
Não mudas-te nada!
O hífen é pior do que a virgula. Os dois, semeados a eito, estragam tudo. Mas o caso do hífen ainda é mais grave porque mutila, destrói, ofende. Nas aulas de escrita, lembrei-me de um memo para impedir esta armadilha. Na dúvida, ande-se de trás para a frente.
Se escrevermos (e não escrever-mos!) mudas-te, pela mesma lógica temos de escrever mu-dei.
Se escrevermos (e não escrever-mos!) mudas-te, pela mesma lógica temos de escrever mu-dei.
Ficaria assim:
Eu mu-dei
Tu mudas-te
Ele mu-dou.
E ficaria igualmente horrível.
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