O que têm em comum um gestor da alta finança, uma artista plástica, uma cozinheira, um actor desempregado, uma empresária, uma fotógrafa cheia de silêncios e poesia, uma jovem de boas famílias que andou pelos cantos escuros da vida, foi sem abrigo e assaltante, e por fim, tendo emergido do fundo do poço, iniciou, a pulso e em carne viva, uma vida nova?
O que têm em comum uma psiquiatra, uma professora universitária, uma escritora em começo de carreira, uma assistente de bordo, uma antiga glória do travesti, uma mãe de família, que subitamente viúva, entrou para o incerto mercado de trabalho onde teve de encontrar novos caminhos com a bagagem de uma vida rica de tudo mas também de contradições, o peso das memórias, a alegria de viver?
Nada. Tudo.
Começaram a escrever. São alguns dos alunos que passaram pelas minhas oficinas de escrita ou que vão iniciá-las. As suas memórias, as suas emoções, andam à solta. A voar com os pássaros e as borboletas dos seus jardins secretos.
A vida deles, a vida delas, dá livros.
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