Poema de José Carlos Ary dos Santos
Música de Fernando Tordo.
Arranjo e direcção de orquestra de Dennis Farnon.
Minha laranja amarga e doce
Meu poema, feito de gomos de saudade
Minha pena, pesada e leve,
Secreta e pura,
Minha passagem para o breve,
Breve instante da loucura.
Minha ousadia, meu galope, minha rédia,
Meu potro doido, minha chama,
Minha réstia de luz intensa, de voz aberta
Minha denúncia do que pensa,
Do que sente a gente certa.
Em ti respiro, em ti eu provo,
Por ti consigo esta força que de novo,
Em ti persigo, em ti percorro,
Cavalo à solta pela margem do teu corpo.
Minha alegria, minha amargura,
Minha coragem de correr contra a ternura.
Minha laranja amarga e doce
Minha espada, poema feito de dois gumes
Tudo ou nada.
Por ti renego, por ti aceito,
Este corcel que não sossego
À desfilada no meu peito.
Por isso digo canção castigo,
Amêndoa, travo, corpo, alma,
Amante, amigo.
Por isso canto, por isso digo,
Alpendre, casa, cama, arca do meu trigo.
Minha alegria, minha amargura,
Minha coragem de correr contra a ternura.
Minha ousadia, minha aventura,
Minha coragem de correr contra a ternura
Sem comentários:
Enviar um comentário